sexta-feira, maio 25, 2007

O Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade e o resgate de valores

O crescente número de casos de crianças e adolescentes com diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é, no mínimo, inquietante. O que estará por trás deste transtorno? Quais serão os fatores que contribuem para o seu surgimento?
Primeiramente faz-se necessário um conhecimento mais aprofundado sobre o transtorno, buscando um bom referencial teórico para dar sustentação à pesquisa. Posteriormente, visto ser a Psicopedagogia uma área do conhecimento de caráter interdisciplinar, é fundamental ver a opinião de outros profissionais da área da saúde (médico, psicólogo) sobre a criança ou o adolescente que está sendo atendido. Uma vez confirmado o diagnóstico, o trabalho pode ser iniciado.
Uma das conseqüências do avanço tecnológico alcançado pelo homem é a grande quantidade de informações facilmente disponível através dos meios de comunicação, com amplo acesso a praticamente todas as camadas da população. O fato que acaba de ser descrito poderia ser positivo se esse rol de dados disponibilizados fosse discutido com a mesma intensidade com que é veiculado, pois muita informação armazenada pelo cérebro de forma desorganizada, não será adequadamente assimilada.
A sociedade contemporânea preocupa-se em evoluir do ponto de vista técnico, esquecendo-se do lado humano; volta-se para o consumo, revelando a perversidade do capitalismo. As famílias acomodam-se diante das novas exigências, priorizando o lado material em detrimento do convívio e do diálogo.
O Transtorno de Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade situa-se nesse contexto, com crianças sendo cada vez mais apenas espectadoras, abandonando os jogos e as brincadeiras, deixando de vivenciar com seus pais, com seus irmãos e com seus amigos a saudável troca de idéias .
Seria importante a família repensar seu papel, buscando redescobrir através da relação dialógica a dinâmica do ensinar/aprender, resgatando valores fundamentais para o restabelecimento de seu bem estar e equilíbrio.


terça-feira, maio 01, 2007

O olhar psicopedagógico diante da modalidade de aprendizagem

Sabemos que as experiências vividas pela criança entre os sete e onze anos de idade terão um significado decisivo em sua vida adulta. Sua vivência em termos de produção e da forma de se relacionar com os que a rodeiam, tanto na vida escolar como na vida familiar, mostram tendências de um estilo de vida no futuro.

A partir do momento em que a criança ingressa na escola, deixando de conviver apenas com seus pais (ou cuidadores), ela inicia uma nova fase em sua vida, fase na qual passa a perceber que no mundo existem muitas outras pessoas que pensam e agem de maneiras muito diferentes daquelas com que está habituada. Outras exigências, estabelecidas pela própria escola e pelo novo grupo social, começam a surgir e a fazer parte de sua vida.

Todos os fatores mencionados acima assumirão uma função estruturante, atuando na formação da personalidade desta criança em desenvolvimento. É desde este momento que podemos ter uma indicação de sua modalidade de aprendizagem.

“A modalidade de aprendizagem é como uma matriz, um molde, um esquema de operar que vamos utilizando nas diferentes situações de aprendizagem”. (Alicia Fernandez, 1991)

Sabemos que o ser humano age de acordo com o inventário genético que traz consigo e de acordo com o meio onde vive. Diante desse fato, não podemos simplificar sua existência analisando-a sob um único ponto de vista. Faz-se necessário uma observação mais detalhada, levando em consideração as emoções, os desejos, as angústias, os sonhos, as ilusões, as frustrações , as alegrias e os sofrimentos pelos quais o ser humano passa.

Voltando nosso foco para o sujeito-aprendente, podemos afirmar que se ele brinca bem, ele aprenderá bem. Porém, para brincar bem é preciso que a criança esteja tranqüila, que ela sinta que pode transformar o real utilizando o jogo simbólico, enfim, que ela se autorize a criar.

Cabe ao Psicopedagogo auxiliar o indivíduo a superar seu problema, fazendo-o perceber o prazer que lhe pode proporcionar a aprendizagem, favorecendo-lhe o des-cobrimento de sua capacidade criativa, de sua subjetividade.